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"Podemos ainda dispensar as diferenças das notas e deixar nada que não a mesma nota soando sempre por iguais extensões de tempo, - - - - -. Ainda aqui, e na verdade aqui com particular clareza, há ainda o para cá e para lá, o movimento pendular, a onda; nunca – como temos demonstrado suficientemente – há mera sequência. O que produz a onda? O que gera a distinção entre para cá e para lá? A nota é sempre a mesma; a interrupção é sempre a mesma; o intervalo de tempo é sempre o mesmo. Somente uma coisa é diferente: o instante no qual a nota soa. Nada acontece de uma nota a outra nota salvo uma coisa: o tempo transcorre. O mero fato da sucessão temporal das notas, e nada mais, pode produzir a distinção entre para cá e para lá: o movimento pendular, a onda, é o trabalho do mero lapso de tempo. A onda não é um evento no tempo, mas um evento do tempo. O tempo acontecer, o tempo é um evento"
– Kandi Zucker, 1973